Afinal o que importa?

Acho que os acontecimentos da última semana me fizeram pensar no que realmente é importante para nós e na quantidade de vezes que deixamos as nossas prioridades misturadas e confusas.

Tem sido uma semana de notícias tristes, umas referentes a pessoas mais próximas e outras sobre pessoas que nem conhecia directamente, no entanto todas elas me obrigam a colocar a minha vida em perspectiva.

Ontem depois do M. me contar que o irmão de um grande amigo dele se tinha suicidado com apenas 20 anos, disse-me que a importância dos nossos problemas dependia do termos ou não outros mais importantes.

Perdi um pouco de tempo a pensar sobre isso e em como muitas vezes sinto que os meus problemas no trabalho, o meu cansaço… são coisas de uma importância enorme e depois do nada acontece qualquer coisa na minha vida, qualquer coisa realmente importante e tudo o resto parece deixar de existir.

Quantas vezes não tenho tempo para mandar um e-mail, uma mensagem ou até mesmo fazer um telefonema a um amigo? Hoje soube que tinha falecido a avó de uma amiga e pensei que há dois dias que eu lhe andava para telefonar/mandar uma mensagem a felicitar pelo emprego que ela tinha arranjado, mas surgia sempre qualquer coisa e nunca cheguei a faze-lo. Eu sei que ela sabe que eu estou muito feliz pelo emprego dela e pela boa notícia, tal como tenho certeza que ela sabe que hoje o meu coração está apertadinho e a sofrer pela dor dela, mas a verdade é que muitas vezes na nossa vida trocamos a prioridades e “não temos tempo” de lhes dizer tudo isto.

A minha avó tem 87 anos, partiu um braço na Páscoa e como vivemos num país em que um velho é um velho e não merece toda a atenção dos nossos médicos, depois de uma operação, uma data de decisões erradas e um põe gesso, tira gesso absolutamente inadmissível, há 4 noites que ela dorme sentada no sofá porque não se consegue deitar com as dores, vai ao hospital e mais um médico diferente que decide diferente e ela não melhora nada. Parte-me o coração vê-la sofrer desta maneira em uma fase da vida dela em que devia estar simplesmente a descansar e a sentir o amor dos filhos, netos, bisnetos…

Este post não pretende ser uma lista de tudo o que está mal, a única coisa que eu quero, é dizer a todos vocês que talvez esteja na altura de eu olhar para todas as coisas boas da minha vida, aproveitá-las todos os segundos e entender que o trabalho é importante mas não é tudo na minha vida, e que o não ter tempo é muito relativo, se temos tempo quando tudo está mal para dar uma palavra amiga aos que amamos, também temos tempo quando tudo está bem para dizer um simples olá.

XOXO S.