domingo, 20 de junho de 2010

Talvez um dia...

O M. está no Alentejo, foi para Estremoz para os anos da C. (a escrava aqui ficou a trabalhar para não variar), falamos agora mesmo ao telefone e ele disse “Sabes o que eu adoro aqui? As estrelas, há sempre tantas estrelas nestes lugares, há momentos em que penso que queria viver em um lugar assim”.

Em tom de brincadeira acabei por lhe responder “Daqui a 10 anos o mais provável é eu dizer-te, Amor estou farta de trabalhar 15h por dia e de não ter vida por isso vamos nos mudar para o Alentejo!”.


Eu gosto da confusão da cidade, da correria, do viver perto de tudo mas penso muitas vezes que não vou acabar aqui, que um dia tudo isto me vai levar para um lugar calminho e muito mais tranquilo que a minha querida e amada Lisboa.

Mas quando ele me perguntou “E vais continuar a usar saltos” a minha resposta foi simples e só precisei de citar a Miranda em um episodio do sexo e a cidade “You can take me out of Manhattan, but you can't take me out of my shoes”, ao que ele respondeu a rir "Há coisas que nunca mudam porque fazem parte de quem tu és".

XOXO S.

6 comentários:

  1. Excepcionalllllllllllllllll :))

    Beijinhos Amiga

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  2. amei a deixa sobre os saltos,hahaha!
    e realmente a nossa essencia sera a mesma onde estivermos.
    beijao.

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  3. Nunca pensei que alguém me entendesse mas ao ler este teu texto compreendi que afinal não sou um ser exclusivo deste mundo.

    Tenho 41 anos, 3 filhos e um marido fantástico, sou gestora, profissão que abracei com todas as minhas forças e que me realizou durante cerca de 13 anos, trabalhei em uma das mais conceituadas empresas do nosso país mais de 15h todos os dias durante esses 13 anos, mesmo quando os meus filhos nasceram eu nunca parei mais de 15 dias, a verdade é que se eu não estivesse disposta a ser assim havia quem estivesse e eu acabaria por ficar para trás.

    Há 5 anos atrás sentia-me doente, cansada e demasiado stressada para me levantar de manhã, quando dei conta o meu trabalho era muito mais que isso e muito mais que um prazer era o que me deixava doente, no entanto nem assim parei, só quando já me sentia assim há cerca de 6 meses o meu filho mais velho, que tinha 9 anos na altura, me disse uma vez durante um dos poucos momentos que passávamos juntos “Porque é que andas sempre triste e irritada comigo?”, não posso explicar o que senti mas a simples ideia de que estava a magoar os meus filhos deixou-me sem chão.

    Naquele dia decidi que não podia mais viver assim, falei com o meu marido e despedi-me, ao inicio foi horrível não tinha qualquer projecto ou ideia do que fazer na vida, mas eventualmente fui pensando em algo que pudesse fazer e surgiu uma oportunidade em uma empresa muito mais pequena, uma empresa familiar em Santiago do Cacém, fizemos as malas e deixamos tudo para trás.

    Hoje sou uma pessoa feliz e realizada, continuo a trabalhar mais que 8h diárias mas tenho sempre tempo para os meus filhos, posso ir buscá-los à escola e ficar com eles no trabalho se precisar fazer mais umas horas e o meu marido ainda estiver a trabalhar, quando eles ficam doentes posso ser eu a que fica em casa e tenho sempre os fim-de-semana para eles e para o maridão.
    Por isso quando li o que escreveste pensei em mim, pensei que eu também sabia que isto iria acontecer aos 25 anos mas precisava ter passado pela experiencia que passei, talvez seja o que precisas também, mas se um dia fores infeliz não tenhas medo de começar de novo, de largar tudo para seres feliz, porque posso dizer que foi a melhor coisa que fiz na vida.

    Desculpa a extensão do texto, beijos

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  4. Olá Ana, muito obrigada por teres partilhado comigo a tua história, mas como tu dizes mesmo aos 25 anos, sabias que seria assim no entanto tinhas de viver a outra parte da tua história. É assim que eu sou e é muito bom saber que mesmo quando essa outra parte não nos faz felizes para sempre temos sempre a hipótese de mudar.
    Obrigada do fundo do coração.

    Beijinhos grandes

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  5. Eu moro numa aldeia, mas os saltos andam sempre comigo. Ainda hoje me perguntaram se as pernas não doíam. E eu respondi simplesmente: Não.
    Bj grande

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  6. Eu gosto de morar numa zona tranquila, perto de uma cidade mais ao menos grande. Gosto de paz, mas de vez em quando preciso do rebuliço da cidade.

    Cada coisa tem o seu lugar na vida, a sua altura para ser vivida, Szinha. Hoje, aqui. Amanhã logo se vê!

    Beijinho grande :)

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