segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

As ambiguidades desta vida…

Tenho duas primas que estão decididas a povoar este nosso Portugal com muitas crianças, uma delas aos 24 anos está já na segunda gravidez e ambas passam o tempo a dizer que querem ter os que vierem.

Se pensam que vou criticar estão enganados, porque no fundo essa é a opção de vida delas e não a minha, se elas querem 10 filhos é um assunto delas e não meu e sendo assim não me considero no direito de julgar.


Mas vivemos nós em uma sociedade onde isso ainda é possível? A minha prima T. estava a trabalhar há menos de 6 meses quando engravidou (um emprego que ela precisou de pedir um favor para conseguir), quando engravidou não avisou os chefes e falou com todas as colegas que tinha engravidado porque quis e que era para virem agora todos de seguida. Os chefes não gostaram e quando chegou a altura de renovar ficaram na dúvida, chamaram-na e disseram-lhe que só renovavam no caso de ela se comprometer que não engravidava logo a seguir, coisa que aparentemente ela está a ponderar.

Se eu entendo o ponto de vista deles? Claro mas, acho justo? Nem por isso, se pensarmos que o marido dela não está nem de perto a passar pelo mesmo, um patrão não quer saber se o homem tem 10 filhos em casa mas, se for uma mulher o caso já muda totalmente de figura o que até entendo porque ela fica grávida, põe baixa, licença de maternidade… mas, isso significa que se eu quiser ser tratada como os homens a nível profissional não posso ter filhos? Isso significa que uma mulher que queira de facto uma carreira tem de pensar 250 vezes antes de engravidar?

Por um lado gosto o suficiente da minha carreira profissional para entender o lado empresarial da coisa mas, por outro lado acho que é uma injustiça terrível. Eu não quero ter 10 filhos mas é o meu patrão que deve decidir isso por mim?

XOXO S.

13 comentários:

  1. Concordo plenamente contigo porque consegues passar, com as tuas palavras, a visao realista do mundo actual. Infelizmente é o que mais se vê hoje em dia, para serem tratadas como os homens as mulheres têm, muitas vezes, que esquecer que são mulheres. Essa é a vdd. Mas é compreensivel... enfim!

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  2. Ainda ontem conversei com o R. acerca deste assunto.

    Na qualidade de "boss" sou obrigada a ver as coisas de uma determinada perspectiva todavia na qualidade de mulher, vejo-as de outra totalmente diferente!

    No entanto acho que com uma boa dose de bom-senso (de ambas as partes), tudo se resolve :)

    Adorei a controvérsia do tema!

    Bjinhosss**

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  3. Adorei o post! Penso sempre muito nisto! Avançámos tanto em tantos sectores, mas profissionalmente há sempre discriminação contra as mulheres (mais ou menos mascarada)!

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  4. acho que acaba por ser apenas a visão romantica da coisa... na realidade é, muito provavelmente, impraticavel!

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  5. A questão da maternidade e o mercado de trabalho é sempre complicado. E é pena que em Portugal existam patrões que encarem a gravidez de uma das suas colaboradoras como uma boa razão para a despedir, mesmo sabendo que isso não é o correcto nem permitido... É pena que as mentalidades não mudem... Mas concordo contigo: apesar de toda a concorrência que existe no mercado laboral acho que nunca deve ser um patrão a decidir qual o momento em que a sua colaboradora deve engravidar. Para mim, essa decisão compete sempre ao casal e a mais ninguém! Embora reconheça que na situação em que nos encontramos hoje seja muito difícil não ceder a pressões de um patrão...

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  6. É verdade, cada vez mais são os patrões que decidem a nossa vida...é extremamente injusto!

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  7. Infelizmente... é o que acontece. Na minha segunda gravidez, a primeira reacção do Director da minha escola não foi nada boa. Mas uma hora depois telefonou a pedir desculpa!
    E a taxa de natalidade não pára de descer:((
    BEijos e parabéns pela escolha do tema

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  8. Este é um assunto muito delicado, principalmente se tentarmos avaliar as duas partes em causa. Por um lado, as mulheres não deveriam sofrer represálias quando decidem engravidar. Têm liberdade para o fazer. Mas por outro lado, se eu for patrão e tiver uma empregada a contrato, posso suportar vezes sem conta uma empregada que não me está a trazer vantagens laboriais?...

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  9. POr acaso deixaste-me a pensar. Ter 10 filhos tambem nao e' o meu objectivo mas sou eu que tenho que decidir, nao o meu chefe ou outra pessoa.

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  10. É muito complicado mesmo...eu vejo aqui pelas minhas colegas...ficam meses em casa por causa da licença...depois imensos meses t~em direito a amamentar por isso estão mais tempo a caminho dos filhotes que a trabalhar...é complicado para uns e outros...
    O meu pai teve uma empresa antes de se reformar estava sempre a debater-se com esa situação: as mulheres neste aspecto davam um prejuizo imenso á empresa, mas ele respeitava as decisões delas...
    Acho por outro lado que é uma questão de escolhas...podemos ter tudo mas raramente podemos ter tuo ao mesmo tempo; no meu caso pessoal a escolha tem sido entre sossego ao serão, liberdade para tudo e viver sem o peso da responsabilidade ou o privilegio de ser mãe...tenho beneficiado o primeiro, vamos ver até quando...

    xiça, estiquei-me

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  11. trata-se de discriminação, tanto um homem como uma mulher são responsaveis por um bebe e não é justo ser sempre ela a prejudicada. hoje em dia há a licença de paternidade mas infelizmente ainda não tem muito "uso".

    Bjokas*

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  12. acho que todos concordamos que para quem quer ter uma penca de filhos, a carreira não é prioridade, e visto que o mundo do trabalho existe para gerar lucro, postos de trabalho etc nao me parece muito normal que um empregador queira funcionarios cuja prioridade é por filhos no mundo.. acho perfeitamente compreensivel. a pessoa tem de decidir o que fazer, ou dedicar-se a ser mãe ou então decidir ter um par de crianças, preferencialmente seguidinho ou entao com um espaço de um par de anos, senao o patrao ta lixado loool acho que tem de haver peso e medida, que é como quem diz bom senso. lol

    e temos tambem de contar na equaçao que os homens so nao sofrem tanto com este tipo de "descriminaçao" porque a bem dizer as maes tomam para si a tarefa de criar os rebentos, leva-los a escolinha e ao medico, ir as reunioes e aos passeios, ficar com os meninos quando nao se sentem bem etc. se os pais começarem a participar activamente na vida dos filhos, a dividirem este tipo de responsabilidade com as maes certamente as mulheres seriam muito mais respeitadas como profissionais. mas isso é um estigma ainda muito enraizado na nossa sociedade. quem tem de deixar tudo e dedicar-se aos filhos é a mulher, depois é claro que não há duvidas que a mulher vai ser sempre olhada mais de canto e com duvidas no local de trabalho do que o homem.

    e... bem... sem querer ofender de maneira nenhuma, mas o caso que expuseste também não foi correcto... parece uma embuscada ao empregador, não é uma postura profissional, o que também não ajuda á imagem das mulheres enquanto mais valias no local de trabalho...

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