domingo, 27 de março de 2011

Acho que não sou normal...

Nunca me senti amarrada a Portugal, amo o meu país mas não é isso que me faz ficar, o que me prende são as pessoas, família, amigos… no entanto não ponho de parte a possibilidade de ir uns tempos para fora, fascinam-me novas culturas, línguas e pessoas, acho que podia ser feliz fora do meu país, provavelmente não seria uma despedida definitiva e sim um simples até já.


No entanto tenho certeza que não seria feliz em países onde a pobreza extrema leva as crianças a dormir na rua, a passar fome… não sei explicar mas tenho a sensação que iria querer adoptar todas, traze-las todas comigo como se isso pudesse salvar o mundo.

Não é que eu seja assim uma pessoa muito boazinha e tudo mais, simplesmente tenho pouca tolerância para a desgraça que me rodeia, ainda não consigo ser imune e penso mesmo que nunca irei conseguir, com o passar dos anos chego cada vez mais à conclusão que o meu papel como mãe neste mundo passa muito mais pela adopção do que pela opção comum e tradicional e o mais engraçado é que não acho que fosse ser menos mãe por isso, para mim adoptar não é uma alternativa quando algo não funciona, para mim é uma opção a ser considerada em pé de igualdade.

Há quem diga que precisa de sentir o bebé a crescer dentro de si, que precisa de todo esse processo, que as parecenças físicas são importantes, o educar desde que o bebé nasce e eu respeito isso mas, eu não sou assim, eu não preciso de nada disso para ser mãe e penso muitas vezes que talvez eu esteja aqui para amar e educar crianças que não sejam do meu sangue porque ser pai e mãe é muito mais do que uma questão de DNA.

XOXO S.

11 comentários:

  1. Ser mãe ou pai vai MESMO além dos laços de sangue, e digo-o com conhecimento de causa...

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  2. Na teoria a adopção é muito bonita e funciona muito bem mas na prática não é bem assim porque se adoptar uma criança com 6 anos ou de etnia diferente da sua dificilmente vai conseguir ultrapassar essa barreira e as pessoas vão sempre olhar e saber que não é realmente seu filho, não acho que o ser humano tenho a capacidade de amar de igual forma uma criança que não é do seu sangue, até pode educar e gostar mas não ama como se ama um filho de verdade.

    Julia Valdez

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  3. Julia, não concordo consigo e nunca vou concordar, ser pai e mãe não tem nada a ver com partilha de sangue ou DNA, conheço muitos pais e mães “de verdade” que não são dignos desse nome, que são maus pais, que abusam dos filhos, que não os amam… e conheço pais “de mentira” que são os melhores pais do mundo.
    Amor não tem a ver com relação genética e não se ama menos um filho por não ser do nosso sangue, pelo menos eu não. Há muito quem pense que sim e para essa pessoa a adopção nunca poderá ser uma opção mas, não pode generalizar porque tenho certeza que eu não sou assim.
    A minha capacidade de amar uma criança não tem absolutamente nada a ver com esse factor.

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  4. Concordo/discordo. Ser mãe/pai é muito mais que um simples DNA. É o modo de ser,criar,estar... de que vale ter o mesmo DNA quando não se é uma mãe mas sim muitas vezes um mero desconhecido.
    Eu sou a favor das adopções, e espero um dia adoptar mesmo que tenha filhos... é uma oportunidade de dar a muitas crianças aquilo que infelizmente elas não puderam ter e eu posso ser.

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  5. Várias vezes já tive a mesma sensação que tu.
    Penso da mesma forma. Há tantas crianças postas no mundo sem nada!!! enfim
    Sem dúvida, concordo!

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  6. Parabéns por pensares. Uma vez li que mãe que adopta ama (ainda) mais.
    Beijos

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  7. Adorei o que escreveste.. é sem dúvida um exemplo.

    Eu axo que penso um pouco como tu, mas não consigo ter certeza disso porque nunca passei por nenhuma das experiências... de qualker forma considero que existem muitas outras coisas que importam antes dos laços de sangue =) *

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  8. Adoramos o teu blog!!!
    ja estamos seguindo!!!!

    visite-nos também.
    beijo
    www.deuxpapillon.blogspot.com

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  9. querida S., devia haver mais pessoas como tu. mãe não é aquela que nos mete no mundo mas sim quem nos cria (tenho um caso proximo assim). actualmente não penso em filhos, nem biologicos nem adoptados e não sei se irei sentir esse "chamamento" mas tenho um coração mole e tenho a necessidade de olhar pelos outros e fazer o que está ao meu alcance para melhorar um pouco a vida deles por isso não sei como passará o meu futuro.
    compreendo os casais que tentam ter primeiro um filho biologico mas acredito que há muitos que apesar de já terem filhos não adoptam também devido à capacidade financeira.

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  10. concordo mesmo com este post! e para mim faz sentido adoptar assim como ter um bebe, das formas, ditas normais!

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