sexta-feira, 15 de abril de 2011

Afinal o que é preciso para ser feliz? #1

Augusto Cury – O vendedor de sonhos: O chamamento, este livro foi me aconselhado por duas pessoas que eu gosto muito, mais que isso, que respeito imenso enquanto seres humanos e que têm uma sabedoria interior que eu não tenho e que tenho dúvidas de algum dia vir a ter.

Demorei algum tempo a pegar nele porque ultimamente prefiro ler histórias que sejam menos intensas espiritualmente porque me ajudam a relaxar e a não pensar em nada para além do que está escrito nas páginas dos livros, isso não é possível num livro como este, que mesmo sendo um livro de ficção está cheio de mensagens escondidas em cada frase, cheio de ensinamentos sobre a vida, a sua fragilidade e as nossas prioridades enquanto ser humano.

É um livro que nos fala da loucura social, onde os loucos são os “normais”, um livro muito bem escrito que me cativou pelas suas lições de vida, pelas suas personagens tão estranhas e ao mesmo tempo tão familiares, pelos momentos em que pensei “eu sei tão bem do que ele está a falar!”, é o primeiro livro de uma colecção de pelo menos 3 volumes, em que o último foi editado recentemente em Portugal, um livro que mesmo tendo continuação é suficientemente forte para ser lido sozinho e que me fez soltar umas gargalhadas em algumas partes.

Nota: 4/5


Sinopse:

Um homem desconhecido tenta salvar da morte um suicida. De seguida, espalha a mensagem que a sociedade moderna se tornou num manicómio global. O seu discurso fresco e irreverente conquista as pessoas, habituadas a frases feitas e ao «politicamente correcto», ao mesmo tempo que as assusta. O que pensar de um estranho com ar de pedinte que fala da importância de vender sonhos ao ser humano? Uma ideia maravilhosa, mas invulgar… Numa época em que nos habituamos ao ritmo e às exigências desmesuradas de um relógio que não pára, libertarmo-nos das grilhetas da rotina e recuperarmos a consciência do que é, de facto, importante nesta vida pode ser assustador. Mas é fundamental!

Ao longo deste romance poderá seguir os passos de um Vendedor de Sonhos, uma personagem fascinante que nos deixa na dúvida se se trata de um sábio ou do mais louco dos seres?! Uma história que o fará chorar, rir, e, certamente, mudar a sua vida.

XOXO S.

P.S. Uma das partes que me tocou...

"- Quem acorda fatigado? Quem tem queda de cabelo? Quem sente que a sua mente é agitada? Quem sofre por causa dos problemas que ainda não aconteceram? Quem tem a sensação de estar por um fio? Quem se irrita por causa de pequenos problemas? Quem tem a emoção flutuante – num momento é tranquilo e noutro, quando contrariado, tem reacções explosivas? Quem tem medo do futuro?

A maioria dos presentes nem se dava ao luxo de baixar a mão. Tinha todos os sintomas. Eu não acreditava no que vida. Esfregava os olhos com as duas mãos e questionava-me: “Não são eles a elite da sociedade? Como podem ter uma péssima qualidade de vida? Não são eles quem bebe os melhores vinhos e champanhes? Não frequentam os melhores restaurantes? Porque é que estão, então, gravemente stressados?” Fiquei abalado.
(…)

“Que loucura!”, pensei intimamente. “Onde está a felicidade que o sistema prometeu aos que atingem o pódio do capitalismo? Onde está a tranquilidade para aqueles que acumulam riquezas? Onde está o prémio pela competência? Eles fazem seguros de habitação, de vida, empresarial, de reforma e até seguro contra sequestro, mas porque têm a rica sintomatologia, que denuncia a dramática insegurança?” O sistema esmagava os seus líderes

(…)

Bartolomeu, ao ver os participantes daquela conferência excepcional reconhecerem que estavam fragilizados, não conseguiu ficar quieto. Levantou a mão direita e interpelou o mestre:

- Chefinho, estes tipos estão mal das pernas! Vamos fazer uma vaquinha para os ajudar. – Provavelmente, achou que os participantes estavam bem vestidos porque iam a algum baile de máscaras.

Foi a primeira vez na civilização moderna que um miserável designou os membros da elite financeira de paupérrimos. Foi a primeira vez que o proletário se sentiu mais rico do que os milionários da sua sociedade. As suas palavras foram tão espontâneas que o trágico se tornou cómico. Os participantes olharam uns para os outros e sorriram ininterruptamente. (…) Precisavam comprar muitos sonhos se quisessem ter o mínimo de saúde psíquica. "

1 comentário:

  1. Um dos meus escritores favoritos você tem de ler os outros.

    Beijo

    ResponderEliminar